Têm-se tornado bastante frequentes obras
espíritas abordando o momento de transição da Terra de planeta de Provas e
Expiações, para de Regeneração, de acordo com a escala evolutiva dos mundos,
proposta por Allan Kardec.
Neste quesito, destaca-se o
trabalho feito por André Luiz Ruiz, notadamente em suas palestras sobre a
matéria e em seus livros Exilados Por
Amor, Herdeiros do Novo Mundo e No Final da Última Hora. Todos em
parceria com o espírito Lúcius.
Digno de nota, ainda, sobre essa
questão da transição planetária, é o trabalho Jornada dos Anjos, do mesmo espírito Lúcius, com a psicografia de
Sandra Carneiro; Transição Planetária,
de Manuel Philomeno/Divaldo, Planeta
Terra em Transição, de Izoldino Resende/Ismael, etc.
Antonio Demarchi e irmão Virgílio
nos dão esse A Nova Jerusalém, volume
de 313 páginas de um texto agradável de se ler. Agradável e, até certo ponto,
perturbador, igualmente, se o leitor não estiver acostumado ao tema.
Muito das informações contidas
nesse volume não são novas, o que, muito longe de se tornarem enfadonhas,
reforçam aquele princípio a ser observado, conforme recomendado pelo mestre
Allan Kardec, o do universalismo das informações. Além disso, constitui-se a
reinserção daquelas informações um mecanismo para melhor situar o leitor. A
Terra está em plena passagem transformadora, aparentemente, vivendo um caos
social, político econômico; entretanto, reforçam-nos vários instrutores
espirituais, nada está fora de controle. Jesus está no leme, como governador do
nosso globo.
A Nova Jerusalém vai se valer
fortemente do apocalipse de João, transcrevendo-lhe passagens reveladoras nas
páginas de abertura dos capítulos e tomando-as como mote, a ser melhormente
explanadas no corpo do capítulo.
As exortações de perseverança na
fé, na retidão de caráter, na decisão da reforma íntima – tema de resto tão
caro a qualquer religião – aparecem também nessa obra. A ideia de cataclismos
naturais, modificações sociais, o exercício da violência, que nos parece
completamente sem controle, fazem parte dos alertas. É a separação do trigo e
do joio, os tempos são chegados.
Irmão Virgílio procura nos
informar das providências tomadas no plano espiritual superior, dando àqueles
que acreditam, a segurança – ponto para a obra. Não obstante, mostra-nos também,
em pinceladas rápidas, o que está por vir – as coisas ainda não atingiram o
máximo – o que, para nós, espíritos ainda muito inferiores e titubeantes na fé,
soa assustador.
Concordo com a explicação de que
é melhor eu ter conhecimento, ainda que parcial, dos fatos num futuro próximo a
ficar na mais completa ignorância. Teremos condições de nos preparar melhor.
Ademais nada de novo está sendo dito.
Novas informações: uma explicação
do simbolismo “666”, marca da besta; a questão do “planeta chupão”, como dito
por Chico Xavier; as colônias espirituais destinadas a realizar a aclimatação
perispirítica dos seres a serem transferidos para Absinto, o planeta das
desolações.
Aborda também o minucioso
trabalho dos espíritos compromissados com o mal, através das personagens
Polifemo, Deimos, Érebo e Tánatos. Esses seres já sabem que serão expurgados da
Terra, mas esposam a filosofia de “quanto mais espíritos incautos arrastarem
consigo para o planeta do exílio, melhor”. Seu império estará garantido.
Entretanto, eles mesmos não sabem que, agindo assim, cumprem as leis divinas,
tão bem lembradas pelas palavras de Jesus: “é necessário que venha o escândalo,
mas ai daquele por quem venha o escândalo.
Em verdade, nada – absolutamente
nada – pode acontecer fora da permissão divina, ou Ele não seria Deus. Dessa
forma, espíritos do bem, voltados à causa da evolução humana também trabalham
invisivelmente, respeitando-nos o livre arbítrio.
Excelente livro, lido quase de
uma sentada. Recomendo!
DEMACHI, Antonio & Irmão
Virgílio (espírito). A Nova Jerusalém. 1ª Edição. Editora Intelítera. São
Paulo, SP: 2015
